Pular para o conteúdo principal

PADRONIZAÇÃO VISUAL COMPROVA SER UM ERRO PARA ÔNIBUS DO RJ


DESPERDÍCIO - Mal o carro foi repintado, foi logo posto à venda.

As pessoas estão preocupadas. Nota-se um certo incômodo nos pontos de ônibus. Ninguém reclama, porque está acostumado com os desmandos das autoridades. Além disso, o povo tem seus compromissos pessoais, e agora tem que redobrar suas atenções para evitar o risco de pegar o ônibus errado.

Enquanto isso, pessoas que se fascinam por tudo que venha da "sabedoria" dos escritórios tecnocráticos acham que o atual esquema está ótimo e que padronizar o visual vai disciplinar o transporte coletivo. Não vai. Os exemplos de Curitiba e São Paulo já são sintomáticos. Além disso, a sobrecarga das secretarias de transporte - que controlam os sistemas de ônibus com mão de ferro - já cria um colapso que nenhum "São Volvo" longo ou de piso baixo irá resolver.

A confusão atinge a todos. As linhas 397 e 398 confundem os moradores do Campo Grande. Que diferença faz o 535XX da Campo Grande e o 585XX da Bangu? E o troca-troca de linhas que agora faz os moradores de Vila Kosmos pegarem ônibus para Curicica, que é bem longe?

Mas os transtornos são mil. Só na quarta-feira passada, 22, notou-se apenas parte dos inúmeros erros que fazem o transporte de ônibus carioca, nesta atual fase, um grande fracasso, com os especialistas já prevendo um colapso para antes de 2014.

Vejamos alguns erros:

1) Carros com bandeiras de lona deixam de exibir a linha nas partes laterais e traseiras, dificultando os passageiros que não estão posicionados na frente para identificar que linha serve tal ônibus. A City Rio e a Campo Grande são alguns exemplos.

2) Um ônibus midi com bandeira digital, da Vila Real, operando na linha 908 Bonsucesso / Guadalupe, estava com o letreiro dianteiro exibindo apenas "NSUCESSO".

3) Carros da Neobus Mega 2006 da Campo Grande e Madureira Candelária circulam com a tampa lateral sem trinco, o que faz a tampa bater na lataria diante dos veículos em movimento.

4) Carros da CAIO Apache VIP II da Pégaso já estão deteriorados e circulando com a lataria amassada e suja, além dos pára-choques quebrados.

5) Um ônibus midi da Viação Ideal estava circulando com marcas de mão na expressão "Cidade do Rio de Janeiro", sendo um provável protesto já mencionado por nosso amigo Leonardo Ivo.

6) Carros que já receberam a pintura padronizada já começam a ser vendidos, o que indica um desperdício de tinta que, certamente, será reembolsado pelos passageiros através das tarifas atuais.

Mas, infelizmente, de nada adianta escrever milhares de transtornos e equívocos. As autoridades estão surdas. Os tecnocratas, arrogantes, se acham os donos da verdade. Os busólogos-pelegos sentem nojo de textos que não concordam com o que eles pensam.

Sabe como é, a verdade machuca, melhor é viver sonhando com o Rio de Janeiro parodiando Madri (talvez como uma gozação pelo fato da capital espanhola ter sido mais preparada para sediar as Olimpíadas de 2016).

Infelizmente, para alguns, o povo é apenas um detalhe.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O site Companhia do Ônibus do Sidney Jr voltou!

      Após quase seis meses fora do ar, o site Cia de ônibus , do nosso amigo Sidney Junior voltou. Foram muitos os pedidos pelo seu retorno, o que foi prontamente atendido pelo autor do site. Vale lembrar que fizemos uma matéria sobre recuperação e downloads de sites extintos , onde este foi citado, uma vez que naquela ocasião, onde ele era considerado extinto, porém felizmente ressuscitou.         Sobre o Cia de Ônibus , é um site que conta através de fotos a história do transporte rodoviário do estado do Rio de Janeiro. Este possui um rico acervo formado por coleções do próprio autor, de pesquisadores e busólogos parceiros, alguns falecidos, como o saudoso Paulão, por exemplo.        Muita gente dizia que ele havia tirado o site por não concordar assim como nós do Fatos Gerais e amigos nossos, com a uniformização visual. De fato, Sidney Junior é contra a mesma e jamais a aceitou , porém nunca se confirmou se a  retirada do site foi de fato por conta disso, até por

EXIBIR LOGOTIPOS PEQUENOS NÃO RESOLVE PROBLEMAS NA PINTURA PADRONIZADA

As reclamações em torno de confusão e omissão das identidades das empresas de ônibus na pintura padronizada não são resolvidas com a simples exibição de logotipos de empresas nas latarias e janelas dos ônibus, assim como seus nomes nos letreiros digitais. A pouca informação das autoridades, que raciocinam o que chamam de "interesse público" através de simulações distantes da realidade através de programas de computador (Excel, Photoshop, Photopaint ou mesmo jogos como TheSims), não percebe que colocar logotipos de empresas de ônibus não diminui a confusão causada pela pintura padronizada. Os logotipos de empresas não raro se perdem ao lado de logotipos de consórcios e de órgãos municipais ou metropolitanos e, além disso, na correria do dia a dia, as pessoas, ocupadas nos seus afazeres, não vão ficar paradas para diferir uma empresa de outra. Se pararem, perderão o ônibus e poderão até se atrasar no trabalho. No caso dos letreiros digitais, a alternância de informaçõe

RETIRADA DE VEÍCULOS DE PISO BAIXO REVELA ESGOTAMENTO DO SISTEMA DE ÔNIBUS DE 2010 NO RJ

Estão sendo retirados os ônibus de piso baixo que circulavam no Grande Rio, principalmente nas empresas municipais, cerca de um mês depois do encerramento total dos jogos olímpicos de 2016. Só a Transportes São Silvestre anunciou que se livrará de sua frota especializada de CAIO Mondego e CAIO Millennium BRT. Os veículos são muito modernos para a modernidade tecnocrática e autoritária que domina o setor de transporte público, mas ecoa também numa minoria de busólogos reacionários que se comportam, nas mídias sociais, como se vivessem nos tempos do carro-de-boi, preferindo bajular políticos que lançam medidas impopulares do que pensar na realidade do público passageiro. Os veículos de piso baixo são caros, mas funcionais. Com motor traseiro, possuem um acesso com piso na altura da calçada, permitindo que pessoas com limitações na locomoção pudessem entrar nos ônibus sem dificuldade. Das empresas intermunicipais, a Auto Viação 1001 também se livrou de CAIO Mondego, não bastasse