ÊNFASE NO LOGOTIPO DA PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO SUGERE QUE ELA É RESPONSÁVEL PELAS FROTAS DE ÔNIBUS.
A pintura padronizada nos ônibus do Rio de Janeiro virou um grande e terrível atropelo de leis e outros princípios. Representando o vínculo de imagem da Prefeitura do Rio de Janeiro - exemplo seguido também por outras cidades fluminenses - , a pintura padronizada comprovadamente nada tem a ver com funcionalidade e transparência.
Pelo contrário, o vínculo de imagem só faz agravar a administração municipal, sobretudo a Secretaria de Transportes, porque a associação visual da pintura padronizada explicitamente se dirige ao poder público, já que as empresas, impedidas de apresentar sua identidade visual, perderam o vínculo de imagem, o que diminui, embora nunca se anule, a sua responsabilidade operacional.
O vínculo de imagem de governos nas frotas de ônibus não pode ser considerado privilégio, mas um fardo. O poder público acaba "compartilhando" seu desgaste com o sistema de ônibus de um município ou região de municípios. A pintura padronizada acaba se "integrando" à crise política e o logotipo de prefeituras ou governos estaduais nos ônibus só faz piorar a reputação dos sistemas de ônibus que já não são aquele primor de eficiência e credibilidade.
A diversidade visual foi cancelada sob acusações indevidas de frescura estética. A prática confirma, no entanto, que, quando cada empresa de ônibus mostra ao público sua respectiva pintura, o vínculo de imagem não representa só embelezamento estético, mas responsabilidade operacional.
Imagine, no caso da Turismo Trans1000, extinta sob pressão de moradores de Nilópolis e Mesquita, houvesse pintura padronizada e a empresa se confundisse, visualmente, com a Viação Nossa Senhora da Penha, que atua na mesma região, na Baixada Fluminense.
Tendo a mesma pintura, as duas empresas não teriam vínculo de imagem, que seria atribuído ao DETRO. E, o que é pior, haveria maior trabalheira para extinguir a Transmil, havendo até o risco da maquiagem, quando a empresa muda de nome e se inventa que ela foi extinta e deu lugar a uma nova empresa. Uma "renovação de frota" de fachada é feita, enquanto nos bastidores a razão social permanece a mesma.
É até ilustrativo que uma parcela de busólogos que faziam "patrulha ideológica" em favor da pintura padronizada nos ônibus também blindavam a Transmil. O que diz muito quanto a redução de um hobby a um reles "partido político" de busólogos que estavam ligados ao grupo político de Eduardo Paes e Sérgio Cabral Filho.
Se Transmil e NS Penha, de desempenhos diferentes, tivessem uma mesma pintura, haveria dificuldades para extinguir a primeira. E quando as empresas privadas perdem o direito (e o dever) de apresentar sua identidade visual, em contrapartida elas também se mostram desestimuladas a prestar um bom serviço. Afinal, a imagem que elas apresentam é do poder público e de sua respectiva Secretaria de Transportes.
Por isso se observa que, no Rio de Janeiro, empresas que antes prestavam serviço de qualidade, como Real Auto Ônibus, Viação Verdun, Rodoviária A. Matias, Transurb, Braso Lisboa e Expresso Pégaso, passaram a mostrar frota sucateada ou com algum tipo de avaria. Por mais de uma vez, dentro dos ônibus da antes conceituada Matias, observa-se goteiras no interior dos veículos refrigerados.
PINTURA PADRONIZADA EM ÔNIBUS FERE ATÉ A CONSTITUIÇÃO
As empresas acabam se desleixando, porque não se acham obrigadas a apresentar um bom serviço. Elas não têm mais a imagem a zelar ao público, e as relações de serviço e consumo se tornam bastante comprometidas.
Outro aspecto a observar é que a pintura padronizada representa a concentração de poder da Secretaria de Transportes. Em vez do secretário de Transportes ter uma função apenas fiscalizadora, ele se torna um chefão do setor, um dublê de empresário de ônibus.
É como se confundisse a função de um sentinela com a de um general. Sob a pintura padronizada (uma medida que toma emprestada uma lógica militar), o secretário de Transportes deveria ser o "vigia", mas torna-se o "general".
Essa crise de responsabilidade e uma série de infrações legais - a pintura padronizada afronta artigos da Lei de Licitações e do Código de Defesa do Consumidor, isso para não dizer que a medida também compromete princípios constitucionais como a livre iniciativa, já que o poder público se torna responsável simbólico das frotas, pelo vínculo de imagem, e não a empresa concessionária "escondida" pela pintura padronizada - faz o sistema de ônibus se tornar um caos irreversível.
Será inútil trocar o modelo de pintura padronizada, substituir a "embalagem de remédio" por algo mais alegre, exibir logotipos pequenos de empresas, etc etc, porque isso é trocar seis por meia dúzia. A ideia deverá ser cancelar a pintura padronizada para que o povo possa voltar a reconhecer as empresas pela identidade visual e assim, se uma empresa prestar um péssimo serviço, ela possa ser identificada com maior facilidade.
A pintura padronizada nos ônibus do Rio de Janeiro virou um grande e terrível atropelo de leis e outros princípios. Representando o vínculo de imagem da Prefeitura do Rio de Janeiro - exemplo seguido também por outras cidades fluminenses - , a pintura padronizada comprovadamente nada tem a ver com funcionalidade e transparência.
Pelo contrário, o vínculo de imagem só faz agravar a administração municipal, sobretudo a Secretaria de Transportes, porque a associação visual da pintura padronizada explicitamente se dirige ao poder público, já que as empresas, impedidas de apresentar sua identidade visual, perderam o vínculo de imagem, o que diminui, embora nunca se anule, a sua responsabilidade operacional.
O vínculo de imagem de governos nas frotas de ônibus não pode ser considerado privilégio, mas um fardo. O poder público acaba "compartilhando" seu desgaste com o sistema de ônibus de um município ou região de municípios. A pintura padronizada acaba se "integrando" à crise política e o logotipo de prefeituras ou governos estaduais nos ônibus só faz piorar a reputação dos sistemas de ônibus que já não são aquele primor de eficiência e credibilidade.
A diversidade visual foi cancelada sob acusações indevidas de frescura estética. A prática confirma, no entanto, que, quando cada empresa de ônibus mostra ao público sua respectiva pintura, o vínculo de imagem não representa só embelezamento estético, mas responsabilidade operacional.
Imagine, no caso da Turismo Trans1000, extinta sob pressão de moradores de Nilópolis e Mesquita, houvesse pintura padronizada e a empresa se confundisse, visualmente, com a Viação Nossa Senhora da Penha, que atua na mesma região, na Baixada Fluminense.
Tendo a mesma pintura, as duas empresas não teriam vínculo de imagem, que seria atribuído ao DETRO. E, o que é pior, haveria maior trabalheira para extinguir a Transmil, havendo até o risco da maquiagem, quando a empresa muda de nome e se inventa que ela foi extinta e deu lugar a uma nova empresa. Uma "renovação de frota" de fachada é feita, enquanto nos bastidores a razão social permanece a mesma.
É até ilustrativo que uma parcela de busólogos que faziam "patrulha ideológica" em favor da pintura padronizada nos ônibus também blindavam a Transmil. O que diz muito quanto a redução de um hobby a um reles "partido político" de busólogos que estavam ligados ao grupo político de Eduardo Paes e Sérgio Cabral Filho.
Se Transmil e NS Penha, de desempenhos diferentes, tivessem uma mesma pintura, haveria dificuldades para extinguir a primeira. E quando as empresas privadas perdem o direito (e o dever) de apresentar sua identidade visual, em contrapartida elas também se mostram desestimuladas a prestar um bom serviço. Afinal, a imagem que elas apresentam é do poder público e de sua respectiva Secretaria de Transportes.
Por isso se observa que, no Rio de Janeiro, empresas que antes prestavam serviço de qualidade, como Real Auto Ônibus, Viação Verdun, Rodoviária A. Matias, Transurb, Braso Lisboa e Expresso Pégaso, passaram a mostrar frota sucateada ou com algum tipo de avaria. Por mais de uma vez, dentro dos ônibus da antes conceituada Matias, observa-se goteiras no interior dos veículos refrigerados.
PINTURA PADRONIZADA EM ÔNIBUS FERE ATÉ A CONSTITUIÇÃO
As empresas acabam se desleixando, porque não se acham obrigadas a apresentar um bom serviço. Elas não têm mais a imagem a zelar ao público, e as relações de serviço e consumo se tornam bastante comprometidas.
Outro aspecto a observar é que a pintura padronizada representa a concentração de poder da Secretaria de Transportes. Em vez do secretário de Transportes ter uma função apenas fiscalizadora, ele se torna um chefão do setor, um dublê de empresário de ônibus.
É como se confundisse a função de um sentinela com a de um general. Sob a pintura padronizada (uma medida que toma emprestada uma lógica militar), o secretário de Transportes deveria ser o "vigia", mas torna-se o "general".
Essa crise de responsabilidade e uma série de infrações legais - a pintura padronizada afronta artigos da Lei de Licitações e do Código de Defesa do Consumidor, isso para não dizer que a medida também compromete princípios constitucionais como a livre iniciativa, já que o poder público se torna responsável simbólico das frotas, pelo vínculo de imagem, e não a empresa concessionária "escondida" pela pintura padronizada - faz o sistema de ônibus se tornar um caos irreversível.
Será inútil trocar o modelo de pintura padronizada, substituir a "embalagem de remédio" por algo mais alegre, exibir logotipos pequenos de empresas, etc etc, porque isso é trocar seis por meia dúzia. A ideia deverá ser cancelar a pintura padronizada para que o povo possa voltar a reconhecer as empresas pela identidade visual e assim, se uma empresa prestar um péssimo serviço, ela possa ser identificada com maior facilidade.
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