Pular para o conteúdo principal

EXPLICANDO O DRAMA DO ITINERARIO DA 917M, EM SÃO PAULO


A foto foi tirada numa manhã ensolarada. Mas não podemos acreditar na suposta comodidade de andar 11 minutos da rampa de descida para a Marginal do Tietê, saltando do ônibus da linha 917M, do Metrô Ana Rosa para Morro Grande, para o Jardim Laranjeiras.

Há transtornos terríveis, para quem curte uma tarde ou mesmo uma noite na Avenida Paulista e, morando em logradouros do Jardim Laranjeiras (bairro integrante da região da Casa Verde), como a Av. Ordem e Progresso, a Rua Reims, a Rua Professora Ida Kolb, a Av. Casa Verde e a Rua Dom Afonso Mousinho, não tem um ônibus que lhes faça desembarcar na proximidade.

Lembremos que nem todo mundo na Casa Verde é atleta como foi o esportista olímpico Adhemar Ferreira da Silva (1927-2001), famoso morador do local. E haja paciência ter que andar à noite ou na madrugada, da rampa de descida para a Marginal do Tietê para a volta para casa no Jardim Laranjeiras. O atual percurso da 917M-10 (e sua variante 917M-31) trazem esse desconforto, que pode ser mais trágico do que se pode pensar.

O ponto não tem abrigo e fica debaixo de árvores. Condutoras de eletricidade, as árvores oferecem perigo a quem permanecer no local durante uma trovoada, intempérie comum nos períodos de primavera, verão e começo de outono na capital paulista. 

Imagine a pessoa, diante de um temporal, com ruas alagadas, saltar no local e, morando, por exemplo, na Rua Reims, ter que encarar ruas alagadas e um sério risco de morrer eletrocutada por um raio, no deslocamento de "onze minutos" tranquilamente registrado no Moovitapp e na página da SPTrans, uns onze minutos que aumentam para mais de uma hora, dependendo do caso.

Sem o risco das chuvas, pode haver também o risco de assaltos, e isso é preocupante diante de rumores de que a região da Casa Verde pode virar a nova cracolândia, com o anúncio de um albergue para pessoas em situação de rua na Rua Dr. César Castiglioni. Incidentes como os que ocorrem na Santa Cecília, República e Campos Elíseos podem ocorrer na Casa Verde e Jardim Laranjeiras, sobretudo quando o caminho da rampa para a Marginal até as ruas do Jardim Laranjeiras está vazio e escuro durante a noite.

E o que dizer de idosos, gestantes e deficientes físicos que moram no Jardim Laranjeiras e não podem usufruir da avenida mais famosa do Brasil? Essas pessoas se sentem desconfortáveis, mesmo quando recorrem à baldeação na Av. Ordem e Progresso - provavelmente pegando as linhas 9300-10, do Terminal Parque Dom Pedro II para o Terminal Casa Verde, e 9500-10, da Praça do Correio ao Terminal Cachoeirinha (via Limão) - , correm o risco de pegar lotados e o esforço de saltar num ônibus e entrar em outro é mais cansativo. E isso quando os ônibus da baldeação não demoram a chegar.

É tudo um grande desconforto, coisa que as autoridades do transporte público não entendem, porque elas não têm a vivência necessária do setor, sua "experiência" com transporte público é voltada aos gráficos e a simulações de trajetos que nem conseguem entender direito. Para quem acha que Bilhete Único é igual a ingresso de parque de diversões, esses problemas acima citados não lhes sensibilizam.

Nossa proposta é que a 917M-10, diária, voltasse pelo seguinte percurso: Ponte do Limão / Av. Ordem e Progresso / Praça Delegado Amoroso Neto / Rua Reims / Rua Domingos Torres / Av. Engenheiro Caetano Álvares (sentido Estadão) / Marginal do Tietê / Av. Prof. Celestino Bourrol. Esse percurso, em trânsito tranquilo, não demora a ser percorrido, a perda de tempo é muito pequena.

Para quem quer manter o atual percurso, geralmente pessoas que trabalham ou estudam nos dias úteis, a 917M-31 poderia voltar descendo a Ponte do Limão direto para a Marginal do Tietê, necessidade que inexiste nos fins de semana e feriados, nos quais a linha 917M-10, circulando nesses dias, não traria problema algum quando assumir o percurso proposto. Com essas duas propostas, os passageiros da 917M sairão ganhando.
 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O site Companhia do Ônibus do Sidney Jr voltou!

      Após quase seis meses fora do ar, o site Cia de ônibus , do nosso amigo Sidney Junior voltou. Foram muitos os pedidos pelo seu retorno, o que foi prontamente atendido pelo autor do site. Vale lembrar que fizemos uma matéria sobre recuperação e downloads de sites extintos , onde este foi citado, uma vez que naquela ocasião, onde ele era considerado extinto, porém felizmente ressuscitou.         Sobre o Cia de Ônibus , é um site que conta através de fotos a história do transporte rodoviário do estado do Rio de Janeiro. Este possui um rico acervo formado por coleções do próprio autor, de pesquisadores e busólogos parceiros, alguns falecidos, como o saudoso Paulão, por exemplo.        Muita gente dizia que ele havia tirado o site por não concordar assim como nós do Fatos Gerais e amigos nossos, com a uniformização visual. De fato, Sidney Junior é contra a mesma e jamais a aceitou , porém nunca se confirmou se a  retirada do site foi de fato por conta disso, até por

EXIBIR LOGOTIPOS PEQUENOS NÃO RESOLVE PROBLEMAS NA PINTURA PADRONIZADA

As reclamações em torno de confusão e omissão das identidades das empresas de ônibus na pintura padronizada não são resolvidas com a simples exibição de logotipos de empresas nas latarias e janelas dos ônibus, assim como seus nomes nos letreiros digitais. A pouca informação das autoridades, que raciocinam o que chamam de "interesse público" através de simulações distantes da realidade através de programas de computador (Excel, Photoshop, Photopaint ou mesmo jogos como TheSims), não percebe que colocar logotipos de empresas de ônibus não diminui a confusão causada pela pintura padronizada. Os logotipos de empresas não raro se perdem ao lado de logotipos de consórcios e de órgãos municipais ou metropolitanos e, além disso, na correria do dia a dia, as pessoas, ocupadas nos seus afazeres, não vão ficar paradas para diferir uma empresa de outra. Se pararem, perderão o ônibus e poderão até se atrasar no trabalho. No caso dos letreiros digitais, a alternância de informaçõe

RETIRADA DE VEÍCULOS DE PISO BAIXO REVELA ESGOTAMENTO DO SISTEMA DE ÔNIBUS DE 2010 NO RJ

Estão sendo retirados os ônibus de piso baixo que circulavam no Grande Rio, principalmente nas empresas municipais, cerca de um mês depois do encerramento total dos jogos olímpicos de 2016. Só a Transportes São Silvestre anunciou que se livrará de sua frota especializada de CAIO Mondego e CAIO Millennium BRT. Os veículos são muito modernos para a modernidade tecnocrática e autoritária que domina o setor de transporte público, mas ecoa também numa minoria de busólogos reacionários que se comportam, nas mídias sociais, como se vivessem nos tempos do carro-de-boi, preferindo bajular políticos que lançam medidas impopulares do que pensar na realidade do público passageiro. Os veículos de piso baixo são caros, mas funcionais. Com motor traseiro, possuem um acesso com piso na altura da calçada, permitindo que pessoas com limitações na locomoção pudessem entrar nos ônibus sem dificuldade. Das empresas intermunicipais, a Auto Viação 1001 também se livrou de CAIO Mondego, não bastasse