Uma paralização parcial do serviço de ônibus municipais do Rio de Janeiro causou muito transtorno entre os cariocas no dia de hoje. A paralização foi um protesto movido por rodoviários pedindo reajustes salariais e a volta da função específica do cobrador nos ônibus dotados de roletas.
Atualmente, os ônibus adotam gradualmente a dupla função, que nos últimos três anos demitiu vários cobradores e fez acumular, nos motoristas, a tarefa de cobrar passagens. A chamada "dupla função" é responsável pela sobrecarga que abala a saúde mental e até física dos motoristas, divididos entre responsabilidades como oferecer o troco correto e observar o trânsito em volta.
A "dupla função", que faz parte de uma lógica militarizada do sistema de ônibus - que inclui pintura padronizada, redução de ônibus em circulação e diminuição drástica de itinerários - , é um padrão de serviço de transporte coletivo oriundo da ditadura militar, idealizado a partir do projeto do prefeito biônico Jaime Lerner, arquiteto que iniciou carreira política filiado à ARENA e atualmente faz parte da base de apoio do governo Michel Temer.
Medidas desse tipo andam prejudicando passageiros e rodoviários sob diversos aspectos. As autoridades, indiferentes, tentam arrumar todo tipo de desculpa para os transtornos vividos por passageiros e rodoviários. Mas a verdade é que o modelo adotado em 2010 por Eduardo Paes mostra sinais de esgotamento e medidas como a pintura padronizada e a dupla função só trazem prejuízos em todos os sentidos.
Os rodoviários decidiram suspender a greve por 24 horas, depois de uma assembleia. O Sindicato dos Motoristas e Cobradores do Rio de Janeiro (Sintraturb Rio) aceitou a proposta de aumento salarial de 7% e de 50% da cesta básica, proposto pelos patrões, mas pedem que o prefeito Marcelo Crivella regulamente a lei extinguindo a dupla função em ônibus urbanos com roleta.
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