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SOLTEIROFOBIA BUSÓLOGA REVELA GAFE DOS PRÓPRIOS AGRESSORES

 

Um dos redutos pioneiros do "gabinete do ódio" e do "tribunal da Internet", o Rio de Janeiro tem um costume estranho. Internautas defendem com unhas e dentes qualquer roubada que se venda como pretensa novidade, e quem discordar dela é alvo de linchamento virtual, que em muitos casos pode gerar ameaça de agressão física.


Isso se deve porque, desde que o Rio de Janeiro deixou de ser capital do país e decaiu com a fusão do antigo Estado do Rio de Janeiro (que tinha Niterói como capital) com o da Guanabara (somente a cidade do RJ), os cariocas passaram a ficar ressentidos, se tornaram narcisistas e, diante de tantos retrocessos, eles passaram a aceitá-los por dois motivos: atender a necessidades pragmáticas (dentro daquela desculpa "Não é aquela maravilha, mas é melhor do que nada") e pelo fato de que esses retrocessos são decididos por pessoas dotadas de prestígio e poder.


No sistema de ônibus municipal do Rio de Janeiro, esse fenômeno se deu quando a pintura padronizada, a dupla função motorista-cobrador e o fim das linhas de ligação Zona Norte-Zona Sul, embora fossem medidas prejudiciais à população, foram aceitas por causa do poder político (Eduardo Paes), do prestígio tecnocrático (secretário de Transportes Alexandre Sansão) e o status dos dirigentes esportivos envolvidos com a Copa do Mundo (FIFA e CBF) e as Olimpíadas Rio 2016 (COI, COB).


Na esperança de ganhar um espaço VIP nas arquibancadas e conhecer pessoalmente figuras como Pelé e Ronaldo Fenômeno, além de integrar o gabinete de Sansão, os busólogos passaram a apoiar a pintura padronizada nos ônibus, que virou pivô para lutas fratricidas que revelou a truculência de uma meia-dúzia de busólogos que se achavam donos do hobby e partiam até para ofensas pessoais contra busólogos emergentes.


Uma dessas ofensas gratuitas, dessas brigas digitais - que envolveram invasão de busólogos reacionários a uma petição contra pintura padronizada em ônibus e um blogue de ofensas no qual um busólogo da Baixada Fluminense tinha pressa para ofender busólogos emergentes para, depois, partir para cima de portais como Ônibus Expresso, OCD Holding e Busologia SG/Meu Mover - , envolveu a solteirofobia, que é a depreciação preconceituosa contra pessoas solteiras.


Busólogos que não eram casados eram xingados de "encalhados" e "virgens". Se houvesse um busólogo se divorciando, ele seria xingado pelos agressores de "corno". Tudo dentro do clima de intolerância violenta, na qual a xingação "seu m****" se tornou um clichê. E tais coisas foram feitas porque uma minoria de busólogos que defendia a pintura padronizada nos ônibus, os "padronizetes", queria forçar a unanimidade da medida, ofendendo e humilhando quem era contra.


MULHER NÃO TEM SANGUE DE BARATA; SE ELA DESCOBRE QUE O MARIDO BUSÓLOGO AGRIDE OS OUTROS, ELA SE SEPARA MESMO


Só que humilhar quem é solteiro pode revelar uma gafe que pode custar caro à reputação do próprio agressor. Assim como em todo linchamento virtual, no qual o grupo envolvido na agressão de alguém que discorda do ponto de vista do grupo sofre, com o tempo, agressões internas e o agressor líder passa, depois, a ser denunciado e investigado criminalmente, o agressor que usa a vida de solteiro do seu desafeto para fazer ofensas e difamações pode, na verdade, esconder um fracasso pessoal.


Existem três hipóteses do agressor que ofende a solteirice dos outros:


1) Se o agressor é casado ou tem relação estável com uma namorada, ele vive na sua zona de conforto da conquista há muito tempo realizada e consolidada, e se diverte ofendendo quem não conseguiu o mesmo sucesso. No entanto, seu casamento ou namoro é tão rotineiro que ele já nem tem mais prazer com tal relação, preferindo agredir quem é solitário do que amar a sua companheira;


2) Se o agressor acabou de conquistar uma pretendente, ele até a levou para tomar umas bebidas e comer algum lanche, e decide transar com ela mas não consegue realizar direito o ato sexual, quando ocorre a popular "brochada", a agressão aos solteiros nos dias seguintes pode ser um efeito de uma frustração pessoal vergonhosa que o agressor tenta esconder e compensar;


3) O próprio agressor também é um fracassado, e é considerado um "mala" pela mulherada, sendo também considerado feio, grosseiro e pouco atraente. Diante dessa frustração, o agressor estaria sofrendo inveja a quem também é solteiro mas consegue ser mais digno e mais criativo em seu trabalho do que ele.


Ou seja, agredir os homens solteiros pode indicar não só um pavio curto por parte do agressor, mas também questões de "bilau pequeno". O agressor agride, com risadas e xingações, porque sofreu uma gafe no dia anterior e quer descontar tudo isso. Como ele conta com um "gado de apoio", que são os demais busólogos que lhe são companheiros de sessões de fotografia de ônibus, ele se ilude pensando que está com a moral alta, quando na verdade ele cometeu um sério vexame contra si mesmo.


Em dado momento, o "feitiço" sempre se volta contra o "feiticeiro", é o que diz o ditado popular. O busólogo que agride os outros não pode mascarar sua truculência, bancando o bonzinho nas feiras de transporte e mobilidade urbana, e misturar vitimismo e ameaças perguntando "quem é que me denunciou na Internet?". Agredir os outros é coisa séria e chega um tempo em que um busólogo perde o controle de sua situação e acaba brigando com quem não quer e ficar com a moral bastante baixa.

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