A RAMPA DE DESCIDA DO VIADUTO DO LIMÃO PARA A MARGINAL DO TIETÊ É TRAJETO USADO POR CAMINHÕES E OUTROS VEÍCULOS PESADOS, CAUSANDO RISCO AOS ÔNIBUS DE PASSAGEIROS QUE SE ENVOLVEREM EM ACIDENTES.
Em completo descaso com a população da Casa Verde, sabemos que as autoridades da SPTrans dificultam aos moradores dessa região, incluindo o sub-bairro Jardim Laranjeiras, o direito à cidade, complicando a vida de portadores de limitações físicas na baldeação de um ônibus para outro.
No caso do Jardim Laranjeiras, seus moradores podem até ir para vários lugares, como o bairro de Bom Retiro ou a Avenida Paulista, só têm dificuldade para voltar, sendo forçados a pegar mais de um ônibus, o que, apesar de poderem pagar apenas uma passagem, sofrem não só o incômodo do sobe-e-desce do desembarque do primeiro ônibus e embarque no segundo, como não há a garantia de viajar sentado no segundo ônibus.
Isso se deve porque os ônibus que passam pelo Jardim Laranjeiras na ida quase sempre não voltam pelo mesmo bairro, descendo pela rampa de acesso do Viaduto do Limão - ponte que liga os dois lados da Avenida Ordem e Progresso - até a Avenida Olavo de Foutoura, nome que a Marginal do Tietê recebe no entorno do Anhembi ao Limão.
Isso representa um grande incômodo para os moradores. Afinal, o ponto de desembarque nesta via de acesso se situa debaixo de árvores e não tem abrigo. Num dia de temporal, é um perigo para os passageiros que arriscarem esse desembarque. O Moovit descreve o deslocamento, a pé, desse ponto até o Jardim Laranjeiras, como de "onze minutos", mas eles se prolongam para idosos, gestantes e portadores de sérias limitações físicas.
O próprio trajeto de acesso não conta com abrigos e quem morar, por exemplo, no trecho da Rua Reims próximo à padaria Favos terá sérios problemas e buscar uma paciência sem limites para aguentar um deslocamento tão cansativo e estressante.
A possibilidade de pegar um segundo ônibus também não ajuda. As únicas linhas que vão e vem do Jardim Laranjeiras circulam quase sempre superlotadas. Mesmo pegando nos primeiros pontos, duas linhas, a 2014-10, da Barra Funda ao Jardim Pery Alto, e a 9784-10, da Barra Funda ao Jardim dos Francos, já percorrem a Avenida Ordem e Progresso superlotadas, dificultando o deslocamento de quem quer saltar do ônibus na Rua Reims, no ponto de desembarque do Jardim Laranjeiras, frente à Favos.
A linha 9500-10, da Praça do Correio para o Terminal Cachoeirinha, embora circule muitas vezes com menos lotação, não oferece lugares sentados para quem utilizá-lo como segundo ônibus, tendo que se contentar, muitas vezes, a viajar em pé, mesmo quando o ônibus está relativamente vazio. Só por sorte é que a pessoa que saltar, por exemplo, na Ordem e Progresso desembarcando de um 917M-10, é que pode sentar no 9500-10 num banco semelhante ao que havia sentado no ônibus anterior.
As linhas que deveriam passar pela Rua Reims e cometem o desserviço de pegar a rampa de acesso do Viaduto do Limão para a Marginal do Tietê são:
917M-10 Morro Grande / Metrô Ana Rosa
917M-31 Morro Grande / Metrô Ana Rosa
9215-10 Jardim Paulistano / Praça do Correio (Via Santa Cecília)
9653-10 Pedra Branca / Praça do Correio
975A-10 Brasilândia / Metrô Ana Rosa
978L-10 Terminal Cachoeirinha / Terminal Princesa Isabel (Via Barra Funda e Santa Cecília)
9789-10 Jardim Paulistano / Metrô Barra Funda
9191-10 Jardim Maria Elisa / Bom Retiro
As duas últimas (9789-10 e 9191-10), operadas por micro-ônibus, fazem escala no trecho da Av. Engenheiro Caetano Álvares, na altura do prédio do jornal O Estado de São Paulo (Estadão), mas isso não resolve em todo o atendimento ao Jardim Laranjeiras, pois o deslocamento só é menos difícil para quem mora no entorno da Rua Samaritá. Para quem mora na Rua Reims, por exemplo, ainda é "chão" para andar, o que fica difícil quando ocorrem temporais.
COMPLICAÇÕES NA MARGINAL
Outro problema está no fato das linhas voltarem pela rampa de acesso do Viaduto do Limão à Avenida Olavo de Fontoura. Na opinião das autoridades da SPTrans, que pelo jeito nunca viajaram de ônibus na cidade de São Paulo, a manobra é considerada "rápida". Só que não é bem assim que acontece.
Afinal, como toda rodovia, a Marginal do Tietê sofre com constantes congestionamentos, que pioram na ocasião das chuvas. Isso causa uma demora muito maior do que aquela que, em tese, haveria se os trajetos forem deslocados para retornar pela Praça Delegado Amoroso Neto e Rua Reims, no Jardim Laranjeiras.
Mas o pior não está aí. A referida rampa de acesso é trajeto não só de linhas rodoviárias de ônibus e também de ônibus de fretamentos - como o da Jumbo, em parte a serviço dos funcionários da rede de televisão SBT - , como também de caminhões e outros veículos pesados, que muitas vezes carregam materiais de construção.
Com um tráfego intenso em horários de pico, os ônibus municipais que descem a via de acesso, além do risco de enfrentarem um congestionamento, podem sofrer um acidente com consequências trágicas, no caso de um caminhão carregando material de concreto, no deslocamento veloz, sofrer uma queda ao tentar ultrapassar um ônibus lotado de uma das linhas municipais envolvidas, podendo causar mortes e ferir vários passageiros.
Portanto, a escolha desse trajeto nem de longe representa uma alternativa rápida. Passar pelo Jardim Laranjeiras é até menos demorado, se compararmos com a travessia das linhas 175P-10 Metrô Santana / Metrô Ana Rosa e 208M-10 Metrô Santana / Terminal Pinheiros pelo Terminal da Barra Funda.
A linha 978L-10, que liga o Terminal Princesa Isabel para o Terminal Cachoeirinha, já perde mais tempo no seu deslocamento para o Terminal da Barra Funda, percorrendo algumas ruas estreitas e esperando as sinaleiras da Rua Thomas Edison. Sua passagem pelo Jardim Laranjeiras no trajeto de volta seria, comparativamente, bem mais rápido.
SOLUÇÃO PROPOSTA
A ideia seria de cancelar todo o deslocamento das linhas municipais pela via de acesso do Viaduto do Limão para a Marginal do Tietê, colocando todas essas linhas para percorrer o seguinte trajeto:
Viaduto do Limão
Av. Ordem e Progresso
Praça Delegado Amoroso Neto
Rua Reims
Rua Domingos Torres
Av. Engenheiro Caetano Álvares (altura do Estadão)
Marginal do Tietê (Av. Olavo de Fontoura)
Av. Professor Celestino Bourrol.
Há um posto de combustíveis da Shell no quarteirão da Marginal do Tietê entre as avenidas Caetano Álvares e Celestino Bourrol. O mais adequado seria tirar o posto de combustíveis e colocar, no lugar, uma via de acesso, para que, no caso de um congestionamento da rodovia, as linhas fossem poupadas de serem "paradas" no trânsito.
No caso do risco de congestionamento nas ruas Reims e Domingos Torres, a solução seria deslocar a maior parte dos automóveis para acessos como a Rua Samaritá, na esquina com a Avenida Ordem e Progresso, e na Rua da Macieira, na entrada da Rua Frederico Penteado, deixando mais livre, neste caso, o trânsito da Rua Domingos Torres.
Se a SPTrans adotar essas recomendações, a população do Jardim Laranjeiras ficará agradecida.
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