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MEDIDA EMERGENCIAL PARA ÔNIBUS CHOCA COM ANTIGA "OTIMIZAÇÃO"


A medida adotada pelo prefeito Marcello Crivella de não permitir que passageiros viajem em pé nos ônibus municipais do Rio de Janeiro é motivada pela pandemia do Covid-19, doença causada pelo coronavírus, cujos efeitos principais incluem febre alta, tosses intensas e problemas respiratórios, que podem causar a morte, como vem ocorrendo com milhares de pessoas no mundo inteiro, inclusive no Brasil.

A medida para restringir as lotações nos ônibus é uma medida emergencial, para reduzir o risco de transmissão de coronavírus num ambiente de muitos passageiros. Outra medida adotada é, quando há janelas móveis em ônibus com ar condicionado, elas são desprendidas, o ar é desligado e os ônibus circulam com janelas que podem ser abertas para entrar o ar natural.

O curioso é que a medida de limitar as lotações de ônibus se choca com os efeitos naturais que a antiga "otimização" dos trajetos de linhas municipais do Rio de Janeiro, adotado em 2015 e parcialmente desfeito a partir de 2016 - até agora, por exemplo, as linhas troncais não voltaram à antiga numeração e trajetos como a 275 Méier / Candelária não deram lugar aos antigos ramais para a Zona Sul (no caso, a antiga 475 Méier / Jardim de Alah) - , chegou a provocar.

Isso porque, com a proposta do fim da ligação Zona Norte - Zona Sul, haveria baldeação que iria sobrecarregar principalmente as linhas do Centro. A redução das frotas pela metade e a transferência de demanda de linhas da Zona Norte para as linhas da Zona Sul que partem da Central (que já estariam bastante lotadas ao saírem do referido terminal) iriam provocar a superlotação dos ônibus.

Imagine o que seria isso em tempos de coronavírus. Das duas, uma. Ou os ônibus ficariam superlotados, aumentando o risco de contaminação, ou as pessoas teriam que ficar nos pontos, também amontoadas e sob a mesma ameaça, esperando muito tempo por um ônibus que apareça "mais vazio", o que é impossível.

As pessoas acabariam levando muito tempo para embarcar num ônibus, mas seriam contaminadas com muito mais rapidez, e, sem poder ir para um hospital, isso se agravaria, levando à morte. A "otimização", se fosse implantada hoje, daria numa verdadeira carnificina.

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