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POLÍTICO DA DITADURA MILITAR PLANEJARÁ PADRONIZAÇÃO VISUAL DE LINHAS METROPOLITANAS DO RJ

SISTEMA DE ÔNIBUS IMPLANTADO POR JAIME LERNER TEM COMO CONSEQUÊNCIAS NATURAIS A SUPERLOTAÇÃO DE ÔNIBUS DEVIDO À REDUÇÃO DE FROTAS E DE LINHAS EM CIRCULAÇÃO.

A tão temida pintura padronizada nos ônibus intermunicipais com destino Rio de Janeiro, anunciada pelo secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osório - uma das expressões do PMDB carioca, nacionalmente simbolizado pelo deputado Eduardo Cunha - , terá como planejador o próprio Jaime Lerner, que foi prefeito biônico de Curitiba durante a ditadura militar.

Filiado à ARENA, Lerner se formou em Arquitetura quando a Universidade Federal do Paraná tinha como reitor Flávio Suplicy de Lacerda, que, como ministro da Educação do governo do general Castelo Branco, planejou a substituição da UNE por uma entidade estudantil ligada ao regime militar e tinha em mãos um plano para privatizar as universidades públicas.

Lerner, espécie de Roberto Campos do transporte coletivo (em alusão ao famoso economista que impôs o arrocho salarial e determinou a queda do poder de compra dos trabalhadores), planejou o famoso sistema BRT para o transporte coletivo em 1974, como resultado de um plano elaborado durante o período do general Emílio Garrastazu Médici.

O plano foi adotado em Curitiba, na qual Lerner foi prefeito-biônico (nomeado pela ditadura), em duas etapas, em 1974 e 1982, quando ele já era governador do Paraná. Na segunda etapa, Lerner lançou os famosos ônibus articulados.

Como político, Lerner, descontando a imagem glamourizada de arquiteto urbanista - apesar dele seguir a mesma diretriz ideológica de Roberto Campos na Economia, que valeu a este o apelido pejorativo de Bob Fields - , é famoso por ser um governante corrupto e privatista obsessivo.

Lerner chegou a ser condenado por improbidade administrativa, mas como nesses casos de impunidade aos poderosos, ele foi "inocentado". Ele também é famoso por sempre ter feito péssimas políticas salariais para os trabalhadores e por ter feito medidas contrárias às necessidades das classes populares.

Lerner também foi padrinho político de José Richa (já falecido), acolhendo-o quando ele vinha de Londrina, no interior paranaense, para criar reduto político na capital do Estado. Recentemente, seu filho, o hoje governador paranaense Beto Richa, ordenou uma violenta repressão contra professores em greve, que gerou grande repercussão nacional.

Quanto às linhas a serem "trabalhadas" por Lerner, elas envolvem importantes linhas urbanas e executivas ligando municípios como Niterói, São Gonçalo e a região da Baixada Fluminense com destino para a cidade do Rio de Janeiro.

O sistema de ônibus imposto por Jaime Lerner e ancorado na pintura padronizada nos ônibus, redução de ônibus em circulação e outros artifícios sofre hoje um grave processo de decadência, com denúncias de corrupção empresarial, favorecida pela proibição da identificação visual.

O sistema de ônibus de Curitiba e sua região metropolitana piorou a ponto de ter aumentado o trânsito de automóveis nas suas ruas e avenidas, e a corrupção político-empresarial é tanta mas não é devidamente divulgada pela imprensa porque os empresários de ônibus impõem censura aos jornalistas de lá.

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