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As prefeituras e os governos são donos das linhas. Não dos veículos!

Por Marcelo Pereira

Bomba! A padronização visual imposta aos ônibus municipais e metropolitanos em várias cidades do país além de não ter vantagens e de estar contrário ao interesse público, é contrário à lei. As prefeituras querem mandar na pintura dos veículos quando na verdade deveriam se limitar a aspectos relacionados com as linhas. Já que as prefeituras são donas apenas das linhas e não dos veículos, que são propriedade exclusivas das empresas que fazem a concessão.

O sistema é de concessão de linhas. As prefeituras estabelecem as linhas, seus trajetos e características. O que elas podem fazer é determinar que tipo de veículo deve fazer as linhas. A pintura, deve ser decidida pela empresa. 

As prefeituras e governos, ao estipularem que tipo de pintura devem ter os carros, na verdade estão encampando as empresas e dizendo que aqueles carros pertencem à prefeitura. As empresas, sem identidade ou marca, acabam prejudicadas, sem poder fazer propaganda de seus serviços. Além disso, muitas empresas com uma só pintura confundem usuários que apressados, não terão tempo para procurar o letreiro das linhas.

As prefeituras e governos não são donos das frotas. Elas pertencem as empresas. E são as empresas que devem decidir que aparência terão os seus veículos. As autoridades do poder executivo, ao se preocuparem com o visual dos ônibus, acabaram relaxando em outros aspectos mais coerentes com a verdadeira responsabilidade que possuem: o bom funcionamentos das linhas. 

Uniformizar a frota para transformar as empresas em meros empregados das prefeituras é ato mesquinho e nada tem de vantajoso, prejudicando o interesse público. Afinal, quem defende a uniformização (ou padronização, como é mais conhecida), não sabe o que é andar de ônibus. Se soubesse, combateria a uniformização ao invés de defendê-la. 

Afinal, é bonito ver um sistema de transporte coletivo fracassar quando se anda de automóvel.

Comentários

  1. Na verdade, os políticos distorceram a questão da concessão pública nos ônibus como fizeram nas emissoras de rádio e de TV ao CENSURAR as estações no período eleitoral.

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