Em menos de dois meses, acidentes graves de ônibus põem em xeque o modelo de transporte coletivo adotado no Rio de Janeiro. Agora foi um acidente de ônibus, na manhã de hoje, com um midi da Algarve, na Av. Brasil, com 30 feridos. O ônibus chegou a cair num canteiro.
Isso nos faz pensar o que os niteroienses estarão esperando para os próximos anos, além da redução das frotas de ônibus da antiga capital fluminense que, com os engarrafamentos de automóveis, irá piorar seriamente a situação.
No Rio, além de passageiros pegarem ônibus errado (claro, a pintura agora é igualzinha para diferentes empresas) e, com os congestionamentos, perder o horário limite dos bilhetes únicos - limite para o passageiro pagar apenas uma tarifa - , os ônibus sofrem problema de manutenção, os motoristas têm sobrecarga de horário e, estressados, provocam acidentes e rodam em alta velocidade.
Agora o poder está nas mãos de uma única pessoa, o secretário de Transportes Alexandre Sansão, que mais parece um "coronel" brincando de ser empresário de ônibus. Amarrar as empresas em consórcios e botar a mesma pintura, comprovadamente, não disciplina o transporte coletivo, dificulta o reconhecimento das empresas pelos passageiros comuns e favorece a corrupção e faz com que linhas de ônibus troquem de empresas às costas dos passageiros.
Algumas linhas já foram trocadas de empresas sem que os passageiros comuns soubessem, como a 296 Castelo / Irajá e as linhas que ligam o Méier à Barra da Tijuca. Em outros tempos, haveria transparência, com cada empresa apresentando sua identidade visual própria.
Mas, infelizmente, o golpe de 1964 chegou tardiamente à mobilidade urbana. Aliás, nem tão tarde. Jaime Lerner - que alguns consideram um "semideus" - é "filhote da ditadura" e já planejou seu projeto em Curitiba no auge do AI-5. E se os milicos naquela época gostavam de rasgar a Constituição Federal, Lerner rasgou a Lei de Licitações.
Mas teremos que esperar os problemas se tornarem mais claros para a população para a invalidade desse modelo de transporte seja descartado em todo o país. Ele favorece desde a corrupção política até o desmatamento, na medida em que áreas ambientais são destruídas para a construção de corredores exclusivos.
Só que ainda vivemos a fase de que, para uns poucos mas barulhentos busólogos, pimenta nos olhos dos outros é refresco. Se eles não perdem seus familiares nos acidentes de ônibus, tudo está bem. O que importa para eles é que ninguém critique Eduardo Paes, Sérgio Cabral Filho, Alexandre Sansão, Detro, Turismo Trans1000 e Jaime Lerner.
Não só isso, INCENTIVAR os monopólios e o que chamo de SUPERMONOPÓLIOS também.
ResponderExcluirAgora, ontem mesmo, foi dito no Facebook onde a Tijuquinha é a mais nova a entrar naquela bagunça e tal com um carro rodoviário ocupando um espaço de outra empresa que já pertencia à antiga Transportes Uruguai até 1985/86.
Não acredito que os acidentes tenham aumentado por conta dos ônibus estarem todos iguais.
ResponderExcluirA causa da grande quantidade de aciudentes está relacionada a seguinte situação:
ResponderExcluir1- Padronização dos coletivos primeiro quanto ao fato da introdução da catraca dianteira. Surgida em Curitiba e copiada em São Paulo, Brasília e outras cidades . Com esta catraca e somado ao projeto Rio Bus da COPPE-UFRJ que implantou a catraca eletrônica as empresas optaram para banir os trocadores o uso da catraca dianteira. Assim o motorista acumula dupla função e desvia sua atenção na condução do carro para dar troco e liberar catraca e fica o excesso de passageiros antes da catraca e inclusive foi flagrado um ônibus da Viação Jabour (Grupo Jacob Barata) numero 86.230 da Linha Campo Grande x Barra um passageiro viajando pendurado no parachoque tampando a visão do motorista
2-A Padronização visual (Curitibanização) dificulta a identificação da empresa por parte do passageiro e dificulta a fiscalização e por extensão esconde a ausencia de fiscalização do serviço. Como irá se identificar a empresa? O Consórcio, é uma maquiagem opnde as empresas mantem um monopólio, burlando a Lei nº 8987/95 que prevê no caso do transporte público o sistema de pool que obriga a concorrencia pela qualidade do serviço e também faz com que o excedente dos carros sejam redirecionados à outras linhas deficitárias. Os busólogos contrários ao pool não reconhecem e não aceitam esta prática e que o monopólio de uma empresa é ruim à qualidade do serviço.